Insônia – Resenha

Tang
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Ralph Roberts é um senhor de meia-idade que passa a ter episódios de Insônia após a morte súbita de sua esposa, no ano de 1992. Mas, aos poucos, essa condição foi se agravando, até que ele simplesmente vai perdendo a capacidade de dormir, noite após noite, acordando cada dia mais cedo, e mais cedo, até chegar no sono zero.

Conforme o quadro piora, ele passa a enxergar coisas que não existem aos olhos das outras pessoas — auras coloridas, e seres que, por sua aparência, Ralph passa a chamá-los de "Doutorzinhos Carecas".

Na cidade de Derry, há uma mobilização política pela questão do aborto, de um lado nós temos os "amigos da vida", homens extremistas que são completamente contra abortistas, de outro, nós temos as feministas que lutam pelo direito ao aborto. Uma palestra vai acalorar ainda mais esses dois grupos, pois Susan Day vem até a cidade para discursar a favor do aborto, fomentando os extremismos dos dois lados. O que seria, uma tragédia anunciada.

Ralph, agora, possui uma espécie de poder sensitivo muito grande, e é graças a isso que ele fica sabendo da enorme tragédia que estava para acontecer no dia da palestra. Agora, ele tentará impedir que o pior aconteça.

Insônia (Insomnia, 1993); é considerado por muitos o pior livro do autor Stephen King, o que não é coisa pouca, considerando que ele escreveu mais de 60 romances ao longo de sua carreira, e em meio a tanta coisa, justo esse, foi nomeado como sendo o pior.

Mas porquê os fãs acham isso? Deve ter um bom motivo, talvez, tenha algo de muito ruim nesse livro que faz com que as pessoas o detestem tanto assim.

A resposta é Talvez!

Acontece que não tem nada de tão errado nessa história que mereça ser tão odiada assim, pelo contrário, ela é extremamente interessante e bem construída, arrisco dizer que esse livro foi um dos mais interessantes do autor, por tratar de questões como vida e morte, e criaturas de outros mundos que interagem conosco sem que a gente saiba, e isso acaba sendo muito assustador, pois o sobrenatural nessa história é justamente o "desconhecido", nos faz refletir sobre a veracidade da narrativa, talvez, ela não seja apenas um delírio do King, não é mesmo?

As pessoas dizem que Insônia é um livro extremamente lento e arrastado, por isso ele lidera a lista de piores do autor. Mas, em nenhum momento a lentidão da história me incomodou a esse ponto, eu estive a todo momento interessado nos acontecimentos, e bastante curioso para descobrir que rumos aquilo ia tomar, como o autor resolveria aquela questão tão curiosa; e de fato, o final foi satisfatório, embora ache que o King pecou muito ao tentar estender de mais o desfecho, umas 20 páginas a menos, e ficaria perfeito.

Mas entendo todas essas críticas, e acho válido, considerando que o livro é realmente muito lento, quase parando. Eu tive essa paciência, mas outras pessoas podem não ter. Primeiro que vamos acompanhando cada detalhe da vida do protagonista, o começo da insônia e o avanço dela, a angústia que Ralph vai sentir em relação a isso, e também o início da parte sobrenatural dessa história, a aparição das auras e dos doutorezinhos carecas, tudo isso ligado a palestra da Susan Day, e o que Ralph teria de fazer para evitar uma (possível) grande tragédia. É um livro bem grande, e só vamos descobrir o que tudo isso significa mais pra metade da história, antes disso, nós só temos pinceladas de uma longa e cansada introdução. King é conhecido por sua narrativa prolixa, mas aqui ele extrapolou o limite do aceitável.

Esse livro é conhecido por suas conexões com a saga da "Torre Negra", fazendo diversas referências a várias outras obras do autor, aqui há menções ao Ka, Ka Tet, Roland e também ao Rei Rubro, o maior vilão de todo o multiverso do King. Também vemos algumas referências ao livro "IT - A Coisa" citando a grande tempestade de Derry e a morte de Pennywise.

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