Tenho a convicção de que a culpa não foi somente sua. E sim minha. Pois o conhecimento busquei e o encontrei. Estou longe de ter sabedoria, mesmo que em mim ela exista. E estou longe de ter inteligência. Mesmo que a tenha em quantidade suficiente para entender que não posso mais ficar aqui; essa carta dedico a você, coisa sem nome.
Não estou agindo pela emoção. Nem tão somente pela razão. Minha atitude, ainda que condenável por quem ainda mantém algum afeto por mim, é o resultado de minha loucura mórbida. A união de dois sentimentos que explodem no meu peito querendo sair, e, após muito lutar contra isso, finalmente o estou deixando escapar; perdi a luta e saio dessa para melhor, sem nada levar comigo.
Mas lhe garanto que estou levando tudo.
Dedico-te a responsabilidade de minha atitude. Não sinto muito, nem me lastimo por tal, saiba que não sentirei falta dos que estou deixando para trás, pois sempre ando olhando pra frente e, na minha frente, vejo o futuro de minha desgraça.
Ela é danosa somente aos que, agora, choram por mim. Na minha direção, ofereceu-me um abraço apertado e um copo de leite quente.
Espírito obsessor, ouça o que digo, tu duvidaste da minha coragem para fazê-lo, e percebi suas risadas debochadas direcionadas a mim. Agora, quem está rindo sou eu, querido e velho amigo. Estou rindo, e dedico essas risadas a você.
Pois você morrerá, certamente, junto comigo. O eterno pertencerá a mim, pois ainda tenho vida para viver; você, que há muito morreu, não tem mais nada para oferecer além de sua mediocridade cruel. Que me levaste a loucura e induziu-me a acabar comigo.
Mas fico feliz, pois acabando comigo, acabo contigo também.
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