Por Amor - A saga da troca dos bêbes

Hoje relembraremos um dos momentos mais icônicos da nossa teledramaturgia nacional, a troca dos bebês na novela Por Amor (1997) de Manoel Carlos.

1) Sacrifício de Helena

Helena, uma mãe dedicada e completamente apaixonada por sua filha Maria Eduarda, seria capaz de fazer qualquer coisa para protegê-la dos males da vida. E o faria para impedir que a filha sofra para além do necessário. Sabendo que sua primogênita não gozava de boa saudade, e possuía um casamento frágil com Marcelo, seu marido, Helena acreditava que seu neto, ainda em gestação, seria a única alternativa que a filha teria de ser feliz. Dessa forma, Eduarda poderia fidelizar Marcelo e segurar seu casamento intacto por mais alguns anos.

Porem, por sua saudê fragilizada, Eduarda perdeu fatalmente o bebê.

Algum tempo depois, Eduarda teve a felicidade de conseguir engravidar novamente, e agora ela conseguiria seguir com sua gravidez adiante, porem, por coincidência do destino, Helena também acabou engravidando, na mesma época que sua filha.

Chegando no momento de ter os bebes, mãe e filha resolvem internar-se no mesmo dia e no mesmo hospital, para que os bebês possam nascer juntos. O parto do filho de Helena foi um sucesso, porem, o útero de Eduarda não contraiu como deveria e ela foi submetida a uma cirurgia complicada, tendo retirado de seu corpo a própria fonte da vida, seu útero. Eduarda jamais poderia engravidar novamente.

Sabendo disso, Helena fica horrorizada, sem nem imaginar que o pior ainda estava por vir. Assim como sua progenitora, o filho de Eduarda não tinha saúde e apresentou um caso de malformação congênita. Ele faleceu algumas horas após seu nascimento.

Em um ato desesperado para proteger sua filha do fatídico sofrimento que viria a sofrer, Helena decide trocar as crianças, pegaria o bebê morto para si, e no lugar dele, deixaria seu filho vivo, para Eduarda criar.

Mesmo sendo a suposta ''mocinha'' da história, ao efetuar esse ato de amor pela filha, Helena demonstrou tamanha frieza e crueldade, coagindo César a ajudá-la a fazer a troca e o convencendo a manter esse segredo entre eles dois. Não apenas fazendo sua filha viver essa mentira, criando o irmão como se fosse seu filho, mas também impedindo que o verdadeiro pai tivesse em seus braços seu filho primogênito. Pois, Atílio acreditou que o bebê morto naquela noite era seu filho, mas isso não passava de uma mentira de Helena.

2) Consequências e ''arrependimento''

Com a ''morte'' de seu filho, Helena vê seu casamento começar a balançar, sendo obrigada a viver esse luto por uma morte que nunca aconteceu, além de ter que ver Atílio sentindo verdadeiramente a dor pela morte de seu filho (dor essa causada por sua máxima culpa). E algo que fugiu de seu controle e ela não imaginava que fosse acontecer, seu instinto maternal começou a falar mais alto, e ela passou a sentir uma necessidade enorme de tentar proteger e amamentar seu bebê, esse que agora estava nos braços de Eduarda.

Percebendo que trocar os bebês foi obviamente uma péssima ideia, Helena se vê num fogo cruzado, pois sua filha não é tão responsável com o menino como deveria. Angustiada, perturbada e com medo, ela decida então escrever sobre a troca em seu diário, pois não suportava mais guardar esse segredo em seu coração. Mas com esse segredo eternizado nas páginas do caderno, ela teria de ter m enorme cuidado, pois ninguém, nunca, jamais, poderia ler o que lá estava escrito.

Necessitando desabafar com alguém, pois estava impossível guardar esse segredo sozinha, Helen decide se abrir com sua irmã Virgínia, pessoa que ela julga ser de confiança e que poderia ajudá-la a enfrentar essa situação. Porem, para sua surpresa, Virgínia fica completamente horrorizada ao saber da troca dos bebês, dando uma bela de uma surra na irmã.

Em breve, teremos a parte 2 com o desfecho dessa história.