Quando a protagonista é a malvada - Rubi (2004)

Tang
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O mais comum em uma telenovela é que a protagonista da história seja uma mocinha de bom coração, que fica apaixonada pelo galã, eque muito provavelmente sofra muito nas mãos da grande vilã. É assim que acontece na grande maioria das vezes, e estamos tão acostumados com esse estilo de narrativa que nem percebemos o quanto isso acaba sendo repetitivo. 

Mas às vezes os autores ousam quebrar esse paradigma comum e nos apresenta uma história que foge dessa regra, seja mostrando uma mocinha minimamente forte que enfrenta seus inimigos de igual pra igual, ou então uma justiceira em busca de vingança, isso por mais simples que pareça, soa como se fosse uma grande novidade uma vez que é muito difícil telenovelas clássicas fugirem de sua fórmula. Mas, indo ainda mais longe, às vezes acontece da protagonista ser a vilã da história. A malvada que vai infernizar a vida de outros personagens a troco de dinheiro, de poder ou por puro prazer. Assim é Rubi (2004) telenovela de grande sucesso feita pela Televisa.


A primeira fase, apesar de ser mais lenta, é muito bem desenvolvida. E nos apresenta uma Rubi malvada, falsa e dissimulada, acompanharemos a saga do casamento de Maribel com Heitor, noivo rico de Maribel que Rubi roubará no futuro com o objetivo de ter muito dinheiro e melhorar de vida. Claro que antes disso veremos toda a trajetória que levou a esse fatídico acontecimento. 

São capítulos que se aproveitam do fator "novidade", pois temos uma protagonista potencialmente perversa, que promete aprontar muito para conseguir atingir seus objetivos. E essa expectativa permeia em todos os capítulos. Instigando a curiosidade do telespectador, alimentando nosso lado mais venenoso, uma vez que estamos vendo uma pessoa completamente dissimulada prejudicando gente de bem, e ainda assim "torcemos" por ela, e queremos ver até onde ela será capaz de chegar.

Rubi é a mais bela de todas as mulheres, ela sabe disso e usa a seu favor. Seduzindo homens ricos e fazendo com que eles percam a cabeça completamente, fazendo loucuras para tê-la em seus braços. Dessa forma, teremos os mais diversos desdobramentos envolvendo homens cometendo loucuras por paixão a essa mulher. A novela seguirá esse padrão até o fim.

A maldade de Rubi é moderada, pois mesmo sendo a vilã, não podemos ignorar o fato de que ela é a protagonista de uma novela mexicana, que costumam ser extremamente tradicionais e dificilmente fogem da fórmula clássica. Mas mesmo assim, é inegável tamanha perversidade ao longo de seus 115 capítulos, após roubar o noivo da melhor amiga e ficar milionária, nossa malvada cismou que está apaixonada por Alessandro (melhor amigo de Heitor), que apesar de ser pobre, acabou roubando seu coração. Então ela se vê em um fogo cruzado porque precisa decidir entre um grande amor e a mina de ouro que era seu atual cônjuge.

E assim formou-se a segunda e definitiva fase, onde vemos Heitor tendo ataques histéricos de ciúmes ao ver sua amada correndo atrás de Alessandro e Rubi, sabendo disso, faz de tudo e mais um pouco para provocá-lo. Demonstrando enorme perspicácia, pois ela entende que precisa virar a vítima da história e deixar de ser a vilã. Fazendo Heitor enlouquecer ao ponto de agredi-la e prendê-la em cárcere numa atitude desesperada de afastá-la de Alessandro.

Propositadamente, Rubi tornou-se vítima de um homem agressor, despertando a pena e benevolência de outros personagens. Que já sabiam que ela não valia nada, porém, agora faltam argumentos para acusá-la, restando apenas a opção de defendê-la. 

O desfecho é surpreendente bom, com Rubi recebendo seu merecido castigo. Após o acontecido, derrotada e abandonada por todos, ela arma um plano de vingança envolvendo sua pequena sobrinha, que viria a se tornar uma moça tão bela quanto a própria Rubi.

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