1) De súbito, Kevin Flagg foi surpreendido por uma enorme explosão (de origem desconhecida), houve um clarão forte que quase o deixou cego. Ele estava desorientado, por um breve momento não sabia quem ele era, nem o que estava fazendo ali; seus devaneios foram interrompidos por um impacto bem grande, que fez a nave estremecer de forma brusca e violenta. O que o atingiu não foi detectado pelo sistema de segurança, nem mesmo deveria ter cruzado seu caminho, mas ele assim o fez; Flagg perdeu o controle pouco acima da atmosfera terrestre. Sua nave não suportou o forte impacto e agora ele estava caindo.
A nave descia em alta velocidade, atingindo um enorme impulso, cada vez mais intenso, enquanto caia em direção ao solo boscoso do "Planeta B". A sua esquerda, um clarão púrpuro exalava de um dos motores; estava em chamas, atrofiado, e dele saia uma enorme nuvem de fumaça, era preta e tinha cheiro de borracha queimada, aquilo estava poluindo aquela atmosfera solitária, que, até então, era límpida, mas agora, pela primeira vez, experimentara um pouco da sujeira produzida pelo homem.
Passou apenas alguns segundos desde o primeiro impacto, mas para Flagg pareceu uma eternidade. Via com seus olhos, pela janela da nave, um clarão borrado, a paisagem passando pelo seu campo de visão a toda velocidade, seus olhos brilhavam, sua nave brilhava, estava ardendo, e logo iria chocar-se com violência nas dunas rochosas pontiagudas daquele desconhecido planeta.
O impacto foi intenso. Kevin foi arremessado a toda contra o painel de controle da nave. Uma dor terrível subiu de seu peito, passando para as costas e também para sua cabeça. Ele desmaiou imediatamente sob as ruínas de sua nave, que ainda ardia em chamas. Flagg dormia profundamente.
Quanto tempo ele ficou desacordado? Um minuto? Dez? Cinquenta? Uma eternidade? Ele não sabia dizer, perdeu completamente a noção de tempo.
O calor estava ficando maior a cada segundo, havia muita fumaça no interior da nave. Kevin acordou de súbito, pois não podia respirar; ele demorou a recobrar os sentidos, no início não sabia o que estava acontecendo, mas logo constatou que havia sofrido um grave acidente, já que a nave estava em chamas e a dor no peito era quase insuportável. Sua mente explodia em um turbilhão de pensamentos; mas ele pôde raciocinar um pouco, antes de qualquer coisa, tinha que sair, pois as chamas podiam alcança-lo e fazer churrasquinho dele.
Tirou o cinto de segurança e levantou-se rapidamente. Fazendo uma careta pela forte dor que o movimento provocou em seu corpo, especialmente nas costas, doía tanto, parecia que alguém colocara vidro moído nos ossos de Kevin; ele teria quebrado algumas costelas? Decerto que sim.
O incêndio se alastrava rapidamente, mas ele estava concentrado mais ao fundo da nave, sendo alimentado pelo motor esquerdo, que estava em chamas do lado de fora, aquilo iria explodir com certeza.
– MERDA! PORRA! – Ele disse, ainda tentando colocar a cabeça no lugar e agir rapidamente, antes que fosse tarde demais.
Correu em direção a porta de saída da espaçonave e puxou com toda força a alavanca de emergência. Aquilo foi projetado para ser usado somente em casos de extrema urgência, de modo que foi muito difícil dar um impulso forte o suficiente para fazer a alavanca descer por completo. Suas costas doíam como nunca, Flagg urrava de agonia. Demorou bastante. O calor era insuportável e estava ficando difícil respirar, ele teve de agir com urgência, pois tem que sair logo da nave ou acabará morrendo de inanição. Colocou todo seu peso contra a alavanca, usando sua massa corporal como apoio, até que finalmente a alavanca desceu, acionando o sistema e abrindo de forma brusca a porta da nave.
Ele correu para fora a toda velocidade, tentando atingir o máximo de distância possível da nave, antes que aconteça uma explosão.
Após correr por um tempo (achou que correu por quase três minutos) cambaleando bastante e tropeçando inúmeras vezes nas pedras do terreno, ele parou e desabou no chão, estava gemendo muito, pois a queda da nave havia lhe deixado com algumas sequelas, uma delas, era uma dor insuportável nas costas, eram cólicas torturantes. Ficou muito ofegante e cansado, sim, mas agora estava um pouco mais tranquilo, correu uma boa distância e estaria a salvo caso a nave exploda.
Mas, Kevin percebeu, de súbito, que ainda não estava a salvo. Quando colocou-se de bruços para observar o estado de sua nave, percebeu que ainda estava muito próximo a ela, de fato, estava a menos de quarenta passos do grande incêndio, que agora se alastrou por toda a cabine de controle, se a nave explodir, Kevin será um homem morto.
Ele ficou confuso, tinha certeza que ele correu o suficiente para estar a uma boa distância do ponto de "aterrissagem", mas não foi isso que aconteceu, ele estava a poucos metros, tanto que podia sentir o calor do fogo, que agora consumia a parte traseira da nave quase que por completo.
O local de aterrissagem era um emaranhado de escombros metálicos. Parecia que foi bombardeado numa guerra. Havia pedaços de sua nave por toda parte. E havia fogo, muito fogo.
– Mas que droga! – ele disse, levando a mão na cabeça, confuso – como sairei daqui?
O Planeta B era uma das estrelas anãs que a base de operação estava estudando, afim de entender sua natureza peculiar. E Kevin foi enviado para coletar algumas informações até que algo atingiu sua nave – "teria sido uma explosão?" "Não, é impossível!" "Será?" – ele acabou sendo derrubado no solo, onde nem mesmo tinha permissão para chegar perto, por ser um lugar ainda desconhecido pelo homem.
Havia muitas dunas, em todas as direções, era uma bela paisagem. O ar é respirável, mas bastante úmido e carregado. Kevin olhou em volta tentando avistar algum tipo de vegetação ou vida inteligente, havia muita grama, flores e cogumelos dos mais variados tipos espalhados pelo local, as cores nesse planeta são intensas e saturadas. É belo, mas tem nada que seja muito aproveitável. Ele podia ver para além do horizonte, e percebeu que não tem árvores, o que significa que não há frutas. Havia somente algumas plantas menores, rasteiras, que embelezam a paisagem, mas que não servem para alimentar uma pessoa. A única coisa que ele viu foi um enorme vazio; muitas pedras espalhadas por toda parte, e dunas, ah, muitas dunas.
Ele gritou. A plenos pulmões. Só agora sua ficha estava caindo, ele está sozinho num lugar desconhecido, seus recursos foram incendiados com sua nave, e mesmo que a base mande ajuda, será impossível chegarem no Planeta B antes que ele morra de fome e, provavelmente, de sede.
Kevin Flagg está numa enrascada dos diabos.
2) Perdido, sozinho e sem saber o que fazer, Kevin sentia que o tempo estava passando, passando de pressa...
Era dia, fazia bastante calor, e a paisagem era bastante colorida, o verde da grama, em contraste com o colorido dos inúmeros cogumelos fazia o lugar parecer um pedaço do paraíso, de tão belo. Porém, o dia estava realmente quente, era quase escaldante, e (pelo que ele pôde perceber) não existem árvores nesse planeta; o que pode significar que não há chuva na atmosfera, e se não tem chuva, não tem água:
– "O que vou fazer quando sentir sede? Toda minha água potável estava na nave. Aqui faz muito calor!"
Ele ficou num estado catatônico durante um bom tempo. Não podia se aproximar da nave, pois ela ainda incendiava e o risco de acontecer uma explosão é enorme. Também não podia fazer movimentos bruscos, porque suas costas estavam atrofiadas e se ele forçasse muito, poderia ficar avariado pelo resto de sua vida.
O tempo é um mistério, ele é relativo e mutável. Kevin estava sentindo uma espécie de monotonia fora do comum, sentia que as horas estavam passando e que estava a uma eternidade naquele lugar. Ao consultar o relógio em seu traje espacial, ele percebia que, na verdade, passaram-se apenas alguns minutos. Ele pensou que seu relógio podia estar com defeito, mas, ao olhar para sua nave, que continuava caída no mesmo lugar, ainda sendo consumida pelo fogo, ele percebia que, de fato, não havia passado muito tempo desde a sua chegada.
O fogo queimava implacavelmente, mas restava bastante coisa para ser consumida, a parte da frente nem fora atingida pelas chamas. Kevin tinha a sensação estar naquele lugar há muito tempo, mas o fogo ainda não consumiu nem metade de sua nave, porque, afinal, não passou tanto tempo assim.
Ele recordou uma frase que seu avô havia lhe dito em seu leito de morte: "Estou morrendo filho, e espero ser merecedor do paraíso, pois um milhão de anos é apenas um segundo no interminável relógio do inferno".
Estaria ele no inferno?
3) Kevin teria pego algumas coisas de sua nave, não fosse pelo medo de uma possível explosão. Nela havia comida, água, sinalizações e alguns trajes especiais, recursos suficientes para que ele sobreviva mais duas semanas, talvez três.
Mas ele queria mesmo sobreviver tanto tempo?
Preso nesse lugar desconhecido, perdido e solitário. Onde o tempo se torna confuso numa perspectiva torturante, sua mente sente que as horas vão passando, mas ela não passa, não em seu tempo comum. A realidade nesse planeta lhe diz justamente o contrário; o tempo aqui é diferente (e desconhecido).
Decidiu tentar pegar algumas coisas em sua nave, se houvesse uma explosão, ele teria uma morte misericordiosa, seria bem mais digno que ficar vagando nessa terra desconhecida, sem rumo e sofrendo de inanição. Ele precisava tentar fazer algo, ou teria que sobreviver alimentando-se apenas de grama e cogumelos – há cogumelos em toda parte.
Foi seguindo na direção do incêndio, com cautela, evitando a parte de trás da nave, pois ali queimava muito e o calor era insuportável. A parte da frente ainda estava íntegra, mas não ficaria assim por muito tempo, então Kevin precisava agir com rapidez.
É impossível entrar na nave, mas há um compartimento que pode ser aberto pelo lado de fora, ele não tinha certeza se encontraria algo de útil, mas decidiu valer pela tentativa. E foi isso que Kevin fez, deu um forte murro na fechadura, e segurando com força a porta, ela abriu facilmente. Tentou fazer tudo rápido pois estava ficando realmente quente ali; ele encontrou alguns sinalizadores, dois cobertores e um frasco de sopa instantânea, mas não tinha nenhuma água – Droga!
Ele agarrou tudo com os dois braços e correu para longe da nave. Para ele, foi um processo rápido, talvez tenha demorado somente alguns segundos, mas mesmo assim ele ficou cansado e com dor de cabeça, como se tivesse passado muito tempo ali, perto do fogo.
Ao menos, agora tinha um pouco de comida, certo, não morreria de fome. Alguns cobertores caso fizesse frio, e alguns sinalizadores, caso ele queira pedir ajuda...
Para quem? Não tem ninguém a um raio de 1000 anos-luz.
– Que bela merda – ele resmungou.
Foi andando até uma pequena elevação, uma duna que projetava sombra em boa parte do chão. Estava relativamente fresco, se comparado com os locais onde o sol bate direto. Kevin jogou tudo no chão e deitou-se ali, usando um dos cobertores como travesseiro. Estava realmente cansado, sua mente suplicava por um cochilo, estava cansada, derrubada, era quase como se ele estivesse sem dormir há muito, muito tempo. Ele lembrou-se novamente da teoria de seu avô, o velho dizia-lhe que o tempo no inferno é diferente, o inferno é eterno; é repetição!
O que ele quis dizer com aquilo? Kevin não faz ideia, e nem quer saber.
Fechou os olhos e tentou descansar, mas mesmo na sombra fazia muito calor, era difícil relaxar por completo. O tempo foi passando (passou?), e ele estava enfim conseguindo por a cabeça no lugar. Foi tentando não entrar em desespero que ele finalmente adormeceu.
4) Novamente aquela sensação de irrealidade,
Quanto tempo ficou adormecido?
Ele não sabe dizer, mas achou que dormiu durante muito, muito tempo. Sentia-se exausto, cansado, dormir não matou sua exaustão, pelo contrário, só a potencializou. Agora, o sol estava quase se pondo, o céu era de uma cor vermelho-alaranjado. Continuava quente, mas não tanto quanto antes. Kevin tinha a sensação de ter adormecido por horas a fio, afinal, estava mesmo muito cansado, mas ainda era dia, era o pôr do sol. Se ele realmente dormiu tanto, já deveria ser noite.
Ele consultou o relógio em seu traje espacial. Passaram-se duas horas terrestres desde sua chegada. Apenas duas horas!
É a condenação – ele lamentou – estou condenado! Um milhão de anos, e isso é apenas o primeiro segundo do relógio.
Levantou-se. Urrou alto quando sua espinha estalou, ainda estava doendo bastante. Deu alguns passos em direção a nave para ver o que estava acontecendo por lá; por incrível que pareça o fogo ainda a consumia, chamas altas e barulhentas alastravam a parte de trás, e espalhavam-se para a parte da frente, agora o fogo estava quase a consumindo por completo. Na parte da frente, havia uma profusão de combustível que escapara do cano de abastecimento. O calor deve ter derretido as engrenagens e quando o fogo atingir aquela parte (...)
– Finalmente a explosão! – ele disse, cerrando com força os dentes.
5) Era torturante o enorme vazio que estava sentindo naquele lugar, e o pior de tudo era a sensação de impotência: ele nada podia fazer; até onde sabia, o Planeta B é completamente inabitável, se tinha água era muito pouco, não o suficiente para manter vida. Morrer, era só questão de tempo. Ele sabe que precisa tomar uma atitude extrema, fazer algo para resolver essa situação, antes que ele fique tão fraco que não poderá nem mesmo acabar com a própria vida.
E ali não havia qualquer coisa que pudesse alimentar uma pessoa. A não ser os cogumelos do "jardim", tinha muitos deles, de todas as formas, cores e tamanhos, eram grandes e chamavam bastante atenção, pareciam pequeninas árvores disformes, com alguns manchas pretas na parte de cima.
Ele sentia fome. Abriu o único frasco de sopa. Ela estava gelada e um pouco coagulada. O cheiro (e provavelmente o gosto) era de comida de hospital.
– Não seria má ideia incrementar essa sopa – ele pensou – talvez eu possa transformar isso num belo jantar.
Kevin colheu um dos cogumelos, o puxando com força. E o cortou em pequenos pedacinhos usando os dedos. O cogumelo era pastoso e muito seco por dentro, quase não havia líquido, e de sua poupa saia um gel grudento, transparente, semelhante ao esperma.
– Se eu tiver sorte, será venenoso e morrerei rapidamente. Talvez tenha um efeito alucinógeno, e me dê coragem para fazer o que precisa ser feito.
Ele jogou os pedacinhos do cogumelo no frasco de sopa, misturando bastante com as mãos. Até que ficou com uma consistência homogênea, quase apetitosa.
Despejou tudo na boca, tentando mastigar ao máximo todos os pedacinhos. O cogumelo tinha gosto de algo mofado, era realmente muito ruim. A sopa era de legumes e estava gostosa, mesmo que não tivesse muito tempero. Ele acabou rapidamente com sua primeira – e única – refeição naquele lugar.
Agora estava de estômago cheio, mas nem um pouco contente.
O cogumelo não era venenoso, mas tinha sim um forte efeito alucinógeno, semelhante ao de algumas drogas sintéticas. Kevin, no início, foi ficando com náuseas e tontura, e logo depois veio a ânsia de vômito, sentia que iria colocar os bofes e as tripas pra fora, ele se curvou com força, ignorando a dor nas costas e abriu a boca pra vomitar.
– É isso! – ele pensou – estou morrendo! Ah Deus, obrigado.
Mas ele não morreu, nem mesmo vomitou. Esse era só o primeiro estágio. Logo após, ele sentiu uma enorme adrenalina dominando seu coração, seu sangue ficou quente. Ele todo pulsava, ficou entorpecido, eufórico, sentia que podia correr vários quilômetros sem ficar cansado; sentia que o tempo parou ao mesmo tempo que corria de pressa; sentia que ali os segundos demoravam horas para passar, e as horas passavam num piscar de olhos. O tempo no Planeta B não significa nada, agora ele sabe, agora ele pode ver.
O mundo ficou colorindo. Diferente. Como num sonho.
Houve uma expansão em sua visão, ele podia jurar estar vendo mais longe, mais distante, mais nítido. E estava mesmo. Olhou para o céu e contemplou além das nuvens, enxergou a uma longa distância um objeto voador, metálico, semelhante a uma nave espacial. Ela estava planando bem acima de sua cabeça, se aproximando aos poucos, parecia estudar o local.
– Puta merda! – ele gritou, mal acreditando em seus próprios olhos – Caralho!
Ele percebeu que era uma das naves de sua base. Eles teriam enviado alguém para salvá-lo? Se sim, como ele chegou aqui tão rápido?
Em nenhum momento passou pela cabeça de Kevin que aquilo poderia ser apenas uma alucinação causada pelo cogumelo, atrelada ao seu desejo de ser resgatado.
Ele não sabia. Nem queria saber. Estava afadigado. O cogumelo acelerou seus batimentos cardíacos a 180 BPM. Sua cabeça era um turbilhão de pensamentos, e ele de súbito teve uma brilhante ideia:
– Preciso avisa-lo que estou aqui! Preciso chamar sua atenção!
Olhou em volta e pegou um dos sinalizadores. Precisava acendê-lo de pressa, para lançar um sinal antes que a nave fosse embora e deixasse ele sozinho. Sozinho nesse maldito planeta.
Ele correu em direção a sua própria nave que ainda estava em chamas, desviando dos escombros e dos cogumelos chamuscados que encontrava pelo caminho. Sentiu novamente aquela sensação horrível de correr muito e não sair do lugar, mas ele estava muito ansioso para se importar com isso agora. Correu segurando o sinalizador, pois precisava acendê-lo. Ele precisa de fogo!
Quando ele estava a poucos metros da nave, o fogo que consumia a parte da frente finalmente alcançou o cano de combustível, primeiro houve um clarão enorme, e um barulho ensurdecedor. Foi uma explosão arrasadora, lavando tudo pelos ares. O fogo subiu até o céu, destruindo tudo o que encontrou pela frente. Para Kevin aquilo não passou de um flash. Morreu na hora, nem mesmo soube o que aconteceu. Primeiro, tudo ficou claro, seguido de uma profunda e silenciosa escuridão.
6) E depois claro de novo.
Outro flash!
7) De súbito, Kevin Flagg foi atingido por uma enorme explosão (de origem desconhecida), houve um clarão forte que quase o deixou cego, e um impacto bem grande, que fez a nave estremecer de forma brusca e violenta. O que o atingiu não foi detectado pelo sistema de segurança e não deveria ter cruzado seu caminho, mas ele assim o fez; Flagg perdeu o controle pouco acima da atmosfera terrestre. Sua nave não suportou o forte impacto e agora estava caindo.
Ele estava caindo novamente...
(Fim?)
Nota de esclarecimento: esse conto é sobre um laço temporal, acho. Partindo do princípio que o inferno é repetição, sabemos que Kevin Flagg foi atingido por uma enorme explosão, de origem desconhecida; sua nave foi derrubada e ficou completamente destruída após a queda. Houve um grande incêndio, seguido de um vazamento de combustível, e ela explodiu, foi tão forte que derrubou "outra" nave que estava sobrevoando o Planeta B; era novamente a nave de Kevin. Dessa forma, o início é o fim, e o final é o começo.
Complicado, né?
Acredito que ele foi morto quando a nave explodiu pela primeira vez. E foi condenado a repetir o momento de sua morte eternamente. É nesse momento que entra o paradoxo temporal e nossos cérebros viram pipoca; ele foi derrubado por uma explosão causada por sua própria nave, que também havia sido derrubada pela mesma explosão... 🤯 e assim o enredo se repete eternamente.
O Planeta B pode ser uma representação do próprio inferno, talvez.
Espero que essas coisas tenham ficado claras na história, mas fiz essa nota caso o leitor tenha tido algumas dúvidas. Me diga o que achou do enredo e se ficou bom do jeito que foi conduzido. Aguardo seu feedback!
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