''Chega um momento em nossas vidas, que a gente percebe que temos mais passado do que futuro.''
Conheça a melhor versão dessa obra e saiba como ''A Mosca'' conta com uma alegoria atemporal que é muito relevante até hoje.
História:
''Tenha medo. Tenha muito medo''. Na trama, o cientista Seth Bundle (Jeff Goldblum) inventou uma máquina revolucionaria capaz de teletransportar objetos inanimados. Mas o sucesso de sua descoberta não é o suficiente para ele, o que Seth quer é poder ir e vir de um lugar para outro sem precisar usar um carro ou avião. O que implica utilizar sua máquina para transportar seres vivos. No entanto, antes ele precisaria testá-la ao máximo para evitar acidentes. Os testes em babuínos foram um enorme fracasso, no início, porém, Seth encontrou uma solução para fazer sua maquina funcionar corretamente; mas ficou impaciente de esperar um melhor desenvolvimento de sua criação, e de maneira bastante impudente, ele utiliza o aparelho em si mesmo.
O processo é novamente bem-sucedido, não fosse um pequeno porém, uma mosca entrou na capsula de teletransporte e teve seu DNA fundido com o do cientista, A partir desse momento, Seth daria início ao seu maior pesadelo: ele veria seu corpo metamorfosear em um terrível inseto humanoide, enquanto, gradualmente, vai perdendo sua humanidade.
Metáforas e analogias: subvertendo enredos clássicos.
Histórias de cientistas excêntricos e seus experimentos malucos que dão errado nós tivemos aos montes, Frankenstein e O Médico e o Monstro são dois exemplos disso. Porém, nesse longa, nós vemos que o diretor Cronenberg estava disposto a nos apresentar um enredo diferenciado. Mais ou menos na metade do longa, o mocinho, galã, se transformou em uma criatura nojenta e repulsiva, capaz de deixar enojado o maior amante de histórias de terror com todos os tipos de monstros. Em contrapartida, o suposto vilão do longa, o ciumento Stathis, foi transformado no herói da história, tentando salvar a atual namorada de Seth das garras daquela criatura medonha.
O drama de Seth, agora, uma criatura repulsiva, muito se compara ao romance clássico, ''A Metamorfose'' de Franz Kafka, onde do dia para a noite, o protagonista percebe que se transformou em uma enorme barata cascuda, nojenta e gosmenta. Uma analogia aos avanços do tempo e a crise da meia-idade. Exemplificando o medo que nós temos de envelhecer. O que nós vemos em A Mosca é a mesmíssima tragédia, mas de uma forma ainda mais apavorante.
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