Esta resenha foi escrita pela leitora e comentarista: Matadora/Killer
— Início: Sinceramente, o início do conto é um pouquinho confuso. Sabemos que se trata de uma entrevista, e em alguns momentos, creio eu, que para tornar a rotina de trabalho do personagem evidente, ele focou em contextualizar todo o padrão seguido. Lendo o conto, perdi um pouco do raciocínio, senti que deveria ler outra vez para compreender melhor o momento onde o personagem estava. Basicamente, quero chegar nessa questão: o iniciar da experiência vivida pelo protagonista, foi escrita demasiadamente de maneira desinteressante, focando unicamente na "Agenda" de trabalho que ele fazia do que no desenvolver da situação em exclusivo, acredito que não precisava estender essa rotina, já havia ficado claro o quão diferenciado ele era no seu trabalho. Pontuando aí terei que tecer outra questão desse início, mas, como saldo positivo, o método linguístico de se utilizar de uma entrevista para contar uma história é muito boa, a experiência que tive, foi de vivenciar os dois papéis (do entrevistador e entrevistado).
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- Meio: Chegamos no "Inexistente 5 andar". Primeiramente eu gostaria de conotar uma dificuldade que tive para imaginar toda a situação do protagonista, a falta de uma ideia mais clara, deixou essa parte imersivo um pouco difícil de entender, foi se falando em plantas caras, e estofados luxuosos, porém ficou subtendido de onde se tratava, se eram de outros quartos, ou dos corredores típicos de um hotel de luxo, acredito que se o autor se preocupar-se em dar mais parágrafos para essa parte do hotel, em vez de linhar a forma de trabalho do protagonista, a conclusão, seria mais satisfatória.
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- Fim: Aqui temos o máximo desse conto, o caminho para o final da história e o quão interessante ela fica após acabar. É correto afirmar que o autor precisa guardar seus segredos para tornar a história fascinante, e isso foi feito aqui. A trilha para chegar até a parte final vai ficando instigante e começa a fazer sentido todas as partes anteriores a ela, as sacadas textuais para criar toda uma atmosfera misteriosa deixa o texto mais rico e prende o leitor de maneiras imprevisíveis, quando lemos as frases finais percebemos o quanto foi feito aqui para uma experiência completamente singular.
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- Conclusão: Abordar ficção científica é difícil até para quem faz cinema, toda a composição cinematográfica precisa se manter acessível para um público que desconhecem conceitos difíceis como realidades paralelas, por exemplo. Aqui em O quarto sexto andar, do autor Lucas Tang, essa dificuldade também foi sentida, em um início extenso e de pouca clareza sobre determinadas situações, mas a história consegue se desenvolver e tudo começa a ter significado, tornando as questões acima sublinhadas, pouco importantes. Seguimos mais uma ótima história do autor em um gênero diferente, comprovando sua versatilidade em passear sobre temas distintos.
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- Nota: 3.5/ 5 ou 7,5 /10
O conto você pode ler clicando neste link: https://mundoparalelo0o.blogspot.com/2023/03/o-quarto-sexto-andar-conto.html
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